terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
CRASE 2: Casos em que a crase deve ou não deve ser empregada
Para saber se um nome próprio de lugar pode ser precedido de a craseado. O vestibulando deve verificar se o nome exige ou rejeita o artigo, em outras circunstâncias. Sabe-se por exemplo, que a palavra Alemanha não rejeita o artigo, motivo por que se diz “Gostei da Alemanha” (e não “Gostei de Alemanha). Logo, escreve-se com crase: “Vou à Alemanha”, sabendo-se que à é contração da preposição a com o artigo a que referido topônimo exige. Por outro lado, escreve-se: “Vou a Brasília” (sem crase), porque se diz “Gostei de Brasília” (e não “Gostei da Brasília”).
Com as expressões adverbiais de lugar formadas por nomes de cidades, países, estados, deve-se fazer a verificação da ocorrência da crase por meio da troca do termo regente:
Vou à Bahia. Vim da Bahia. /Estou na Bahia.
Vou à Itália. - Vim da Itália. /Estou na Itália.
Vou a Florença. - Vim de Florença. /Estou em Florença.
Vou à deslumbrante Florença. - Vim da deslumbrante Florença. / Estou na deslumbrante Florença.
Não se esqueça de verificar os dois lados. Não basta constatar que surge da ou na antes de Itália, por exemplo. Isso não é garantia de acento indicador de crase; é garantia apenas de que existe artigo antes de Itália. Para que ocorra crase, é preciso que o termo anterior peça a preposição a. No caso de "Visitei a Itália", por exemplo, não há crase, já que visitar é verbo transitivo direto.
Também a palavra CASA, empregada com o sentido de LAR, costuma aparecer desacompanhada de artigo:
NOTA:
Logo, se ao lado de tal palavra aparecer a, não devemos usar a crase, já que se trata de preposição simples.
Quando, porém, se usa qualquer expressão qualificativa ou determinativa como o dono ou morador, ou qualquer qualificação ao lado desse substantivo, o artigo tem cabimento: “Vou à casa de Pedro.”, “Vou à casa que comprei”, "Vou à casa amarela”.” Irei à casa de meus pais”.
Não se usa igualmente o artigo a antes do substantivo terra empregado para designar a parte continental do planeta (em oposição à parte marítima). Ex:
NOTA: Neste exemplo, o a é apenas preposição.
O mesmo se observa nas frases seguintes: “Já estamos em terra”, “Rumemos para terra”, onde não se observa o uso do artigo.
A função do demonstrativo abrange a do artigo. Portanto, quando se usa um dispensa-se o outro. Vejamos:
NOTA: É fácil admitir o despropósito do artigo em tais frases.
Se, portanto, aparecer a palavra a antes do demonstrativo essa ou esta, pode-se saber que se trata de preposição simples, o que proibirá o emprego da crase.
Ex:
A crase com o demonstrativo a(s) é detectável pelo expediente da substituição do termo regido feminino por um termo regido masculino:
Sua proposta é semelhante à dele. - Seu projeto é semelhante ao dele.
É evidente que não se usa artigo definido ao lado de artigos ou pronomes indefinidos. Ex:
NOTA: Logicamente, nestas duas frases o a aparece não craseado. Se o fosse, estaria incidindo a contração da preposição a com o artigo a, o que é absurdo, pois não tem cabimento usar o artigo definido ao lado de palavra cujo propósito é exprimir indefinição.
Também os pronomes pessoais, em como os de tratamento (você, Vossa Senhoria, Vossa Excelência, etc.) são usados sem o artigo, razão por que ao seu lado não se emprega a craseado. Ex:
Não ocorre crase nas expressões formadas por palavras femininas repetidas:
cara a cara/ gota a gota/
face a face/ frente a frente
É fácil perceber por quê. Basta usar expressões formadas por palavras
masculinas:
corpo a corpo/ lado a lado /passo a passo /dia a dia
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